18 de set. de 2007

Sonhos de Deserto

Num deserto, na fronteira entre a China e a Mongólia, vive o idealista Hangai. Mesmo depois da partida de sua mulher e filha, por causa da doença desta última, ele insiste em ficar e continuar plantando no local. A chegada de uma refugiada coreana e seu filho traz um pouco de alegria à vida solitária da Hangai, apesar da barreira de não falarem a mesma língua. Selecionado para o Festival de Berlim 2007.

O tema é interessante e tratado com muita delicadeza, embora o longa tenha um ritmo excessivamente lento. Tudo acontece numa cadência muito próxima da vida real, agravado pelo fato dos personagens levarem uma existência já monótona por natureza. Está certo que o tema da história é solidão (mesmo quando se está acompanhado) e incomunicabilidade, mas o filme é tão contemplativo em certos momentos que a falta de diálogo acaba sendo também entre filme e espectador e não apenas entre os personagens. E durante essas inúmeras seqüências de planos longos e pouco ou nenhum diálogo, é preciso fazer um esforço muito grande para não se deixar divagar, ou seja, para não “sair” do filme. Eu confesso que em alguns momentos ao longo dos 123 minutos de projeção me flagrei pensando na conta de luz ou no que iria comer depois que saísse dali.

Sonhos de Deserto (Hyazgar), de Zhang Lu, Coréia do Sul/França, 2007. 123’ (LEP)

Mostra Expectativa

Nota: 4,0

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