Muitas vezes, é impossível não ouvir a conversa alheia. Principalmente se a pessoa está exatamente atrás de você e fala demasiadamente alto. Foi o que aconteceu ontem, no Espaço 1, enquanto eu esperava para ver O Búfalo da Noite (muito bom, por sinal). Um senhor falava compulsivamente com um interlocutor inexistente ou envergonhado demais para responder qualquer coisa. Ele iniciou se queixando do ar-condicionado do cinema que, segundo ele, o afastaria do resto do Festival por deixar seu nariz “pingando” (e tome uma longa dissertação sobre os malefícios do frio) e seguiu com um ataque aos filmes do Festival. O crítico de plantão afirmava não ter visto nenhum filme que merecesse nota acima de 3,0 (resta saber quantos filmes ele viu). Para exemplificar, ele começou a falar sobre a farsa que era “A Verídica Verdade Verdadeira sobre Adolf Hitler”. Dizia que o título era enganoso, porque o filme não continha verdade nenhuma (quem não sabia disso?) e mostrava fatos deturpados. Ou seja, o cara não entendeu que aquilo era uma sátira. Nessa hora, as luzes se apagaram para o início da sessão (ufa!) e ele teve que se calar. Não sem antes soltar a última pérola: “isso é filme feito por judeu!”
30 de set. de 2007
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