Um estranho ato de vandalismo assombra as autoridades italianas: alguém pregou cem livros ao chão da biblioteca da Universidade de Bolonha. Quando um professor de filosofia desaparece misteriosamente, tudo indica ser ele o culpado. Em seu refúgio numa casa em ruínas às margens do rio Pó, o ex-professor é objeto da curiosidade dos habitantes e logo passa a ver visto como um profeta divino.
Nada nessa história faz muito sentido. Nem o ato de vandalismo do protagonista, nem sua conseqüente fuga e muito menos o fato dele começar a ser chamado de Jesus pelos novos vizinhos. Está certo que o sujeito até tem uma semelhança com a imagem de Cristo difundida por aí, mas daí os outros personagens começarem a tratá-lo como se fosse o próprio vai uma grande diferença. E Cem Pregos é repleto das mais pífias analogias cristãs. Os pregos usados para prender os livros ao chão são daqueles enormes, ou seja, parecidos com os que os romanos usavam para pregar os condenados à cruz. Livros crucificados? Faça-me o favor! Pior do que isso só a explicação dada para tamanho despropósito.
Além dos absurdos da trama, tampouco há desenvolvimento dos personagens. Eles simplesmente falam e executam ações, sem que fique claro quem são aquelas pessoas e o que as motiva a agir daquela forma. E o que não faltam são atitudes estranhas. Sem contar a breguice dos diálogos. Cada vez que o protagonista, com sua voz mansa e olhar perdido, se dispõe a socializar suas lições edificantes, ouvimos frases que parecem saídas do mais vagabundo dos livros de auto-ajuda. “Minutos de Sabedoria” é obra de James Joyce perto do que sai da boca do personagem. Não nos esqueçamos de que o cara é um professor de filosofia.
Para fechar a tampa do caixão, é mais um filme com trilha sonora inconveniente. Isso tem se mostrado um problema recorrente nesse Festival. Aqui, a música vai de uns irritantes acordes angelicais durante os sermões a sons hitchcockianos quando qualquer coisa está para acontecer, por mais banal que seja. Um despropósito completo.
Cem Pregos (Centochiodi), de Ermanno Olmi, Itália, 2007. 92’ (LEP)
Mostra Panorama
Nota: 0
Nada nessa história faz muito sentido. Nem o ato de vandalismo do protagonista, nem sua conseqüente fuga e muito menos o fato dele começar a ser chamado de Jesus pelos novos vizinhos. Está certo que o sujeito até tem uma semelhança com a imagem de Cristo difundida por aí, mas daí os outros personagens começarem a tratá-lo como se fosse o próprio vai uma grande diferença. E Cem Pregos é repleto das mais pífias analogias cristãs. Os pregos usados para prender os livros ao chão são daqueles enormes, ou seja, parecidos com os que os romanos usavam para pregar os condenados à cruz. Livros crucificados? Faça-me o favor! Pior do que isso só a explicação dada para tamanho despropósito.
Além dos absurdos da trama, tampouco há desenvolvimento dos personagens. Eles simplesmente falam e executam ações, sem que fique claro quem são aquelas pessoas e o que as motiva a agir daquela forma. E o que não faltam são atitudes estranhas. Sem contar a breguice dos diálogos. Cada vez que o protagonista, com sua voz mansa e olhar perdido, se dispõe a socializar suas lições edificantes, ouvimos frases que parecem saídas do mais vagabundo dos livros de auto-ajuda. “Minutos de Sabedoria” é obra de James Joyce perto do que sai da boca do personagem. Não nos esqueçamos de que o cara é um professor de filosofia.
Para fechar a tampa do caixão, é mais um filme com trilha sonora inconveniente. Isso tem se mostrado um problema recorrente nesse Festival. Aqui, a música vai de uns irritantes acordes angelicais durante os sermões a sons hitchcockianos quando qualquer coisa está para acontecer, por mais banal que seja. Um despropósito completo.
Cem Pregos (Centochiodi), de Ermanno Olmi, Itália, 2007. 92’ (LEP)
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