Adolf Eichmann era o responsável pelo transporte de judeus durante o Holocausto, sendo acusado pela morte de 6 milhões de pessoas. Foragido após a 2ª Guerra Mundial, ele é capturado na Argentina e agora está preso pela polícia israelense. A população local deseja que ele seja morto imediatamente, mas o governo decide levá-lo à julgamento e pedir sua pena de morte. Com isso o policial Avner Less é designado para encontrar provas que possam incriminá-lo, o que faz com que tenha diversos interrogatórios com Eichmann.
Já temos o vencedor do prêmio de pior ator do Festival do Rio 2007! Trata-se de Troy Garity, intérprete de Avner Less. Ele é impressionante. Tristeza, alegria, raiva, frustração, preocupação, ansiedade… tudo isso representado numa única expressão: estática. Lá para a reta final Garity consegue esboçar um sorriso, o que prova que não sofre de paralisia muscular na face. O cara é um monstro da dramaturgia - no mau sentido, é claro.
Mas não é este o único problema de “Eichmann”. O filme inteiro é uma bomba, daquelas bem caprichadas. A começar pelo tema. A 2ª Guerra Mundial é um assunto tão explorado pelo cinema que um filme que novamente a enfoque deve buscar um ângulo diferente para contar sua história. Como A Queda - As Últimas Horas de Hitler ou Uma Mulher Contra Hitler, por exemplo. Aqui não, é a repetida história dos absurdos nazistas cometidos contra os judeus. Não me entendam mal, não estou insinuando que o ocorrido no Holocausto deva ser esquecido ou algo do tipo. Apenas que este assunto já foi explorado à exaustão, em dezenas de filmes. “Eichmann” não se arrisca em nada, é um filme absolutamente convencional dentro deste tema. E isso já faz com que ele perca alguns pontos.
Entretanto mesmo filmes convencionais sobre a 2ª Guerra Mundial podem ser bons, dentro de suas limitações, caso sejam ao menos bem feitos. Novamente, não é este o caso. A investigação feita por Avner parece amadora. O personagem jamais enfrenta Eichmann ou tenta pressioná-lo. Em várias cenas ele até abaixa os olhos, passando a impressão de impotência e submissão ao prisioneiro nazista. O que se vê é uma sucessão de perguntas, algumas repetidas, que servem apenas de justificativa para apresentar as situações citadas em flashback.
E tem ainda os diálogos! O melhor deles, uma verdadeira pérola, é quando Avner pergunta do transporte de crânios humanos num vagão de trem. Eichmann dá uma resposta qualquer e Avner, sempre atento, responde de imediato: “mas antes estes crânios estavam vivos, onde você os encontrou?”.
Crânios vivos, meus caros, crânios vivos. Chega, né?
Péssimo filme, nome certo e em destaque na minha lista dos piores deste Festival do Rio.
Eichmann (idem), de Robert Young, UK, 2007, 100′ (LEP)
Mostra Panorama
Nota: 0
Já temos o vencedor do prêmio de pior ator do Festival do Rio 2007! Trata-se de Troy Garity, intérprete de Avner Less. Ele é impressionante. Tristeza, alegria, raiva, frustração, preocupação, ansiedade… tudo isso representado numa única expressão: estática. Lá para a reta final Garity consegue esboçar um sorriso, o que prova que não sofre de paralisia muscular na face. O cara é um monstro da dramaturgia - no mau sentido, é claro.
Mas não é este o único problema de “Eichmann”. O filme inteiro é uma bomba, daquelas bem caprichadas. A começar pelo tema. A 2ª Guerra Mundial é um assunto tão explorado pelo cinema que um filme que novamente a enfoque deve buscar um ângulo diferente para contar sua história. Como A Queda - As Últimas Horas de Hitler ou Uma Mulher Contra Hitler, por exemplo. Aqui não, é a repetida história dos absurdos nazistas cometidos contra os judeus. Não me entendam mal, não estou insinuando que o ocorrido no Holocausto deva ser esquecido ou algo do tipo. Apenas que este assunto já foi explorado à exaustão, em dezenas de filmes. “Eichmann” não se arrisca em nada, é um filme absolutamente convencional dentro deste tema. E isso já faz com que ele perca alguns pontos.
Entretanto mesmo filmes convencionais sobre a 2ª Guerra Mundial podem ser bons, dentro de suas limitações, caso sejam ao menos bem feitos. Novamente, não é este o caso. A investigação feita por Avner parece amadora. O personagem jamais enfrenta Eichmann ou tenta pressioná-lo. Em várias cenas ele até abaixa os olhos, passando a impressão de impotência e submissão ao prisioneiro nazista. O que se vê é uma sucessão de perguntas, algumas repetidas, que servem apenas de justificativa para apresentar as situações citadas em flashback.
E tem ainda os diálogos! O melhor deles, uma verdadeira pérola, é quando Avner pergunta do transporte de crânios humanos num vagão de trem. Eichmann dá uma resposta qualquer e Avner, sempre atento, responde de imediato: “mas antes estes crânios estavam vivos, onde você os encontrou?”.
Crânios vivos, meus caros, crânios vivos. Chega, né?
Péssimo filme, nome certo e em destaque na minha lista dos piores deste Festival do Rio.
Eichmann (idem), de Robert Young, UK, 2007, 100′ (LEP)
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