18 de set. de 2007

Garrafas Vazias

Professor de literatura decide se aposentar por não conseguir mais se conter diante de alunos a cada dia mais desrespeitosos. Sufocado pela nova rotina de ficar em casa o dia inteiro com a esposa, arranja um emprego num supermercado. Lá convive com pessoas diferentes e descobre que gosta de lidar com o público. Último filme de uma trilogia, precedido por Lições da Infância (1991) e Kolya (1996).

O filme pretende ser um lírico e edificante olhar sobre a terceira idade, mas só consegue irritar com seus personagens pouco convincentes e situações que, de tão esdrúxulas, são cômicas. Não há um único personagem que passe verdade na trama ou cuja trajetória tenha um mínimo de coerência. Se os personagens centrais são bizarros, piores ainda são os de apoio. O que dizer de um alemão que finge não saber alemão para simular aprender frases de amor e se declarar à professora? É, a coisa é nesse nível. Nada contra o nonsense, o problema é que o filme não tem essa abordagem. Não assisti ao primeiro longa da trilogia, mas Kolya, o segundo, é um drama.
Sério, sensível, bem-feito. O que aconteceu com o diretor de lá para cá para apresentar, onze anos depois, esse show de horrores? E pior, distribuídos por seqüências toscas (a do acidente de bicicleta é de dar dó) e embalados por uma trilha sonora esquizofrênica que vai da música de consultório de dentista aos acordes de filme de terror em questão de segundos. As garrafas vazias do título deviam estar cheias de vodca.

Garrafas Vazias (Vratné Lahve), de Jan Sverak, República Tcheca, 2007. 103’(LEP)

Mostra Panorama

Nota: 2,0

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