22 de set. de 2007

O Expresso Darjeeling

Três irmãos que não se vêem há mais de um ano, desde o traumático funeral do pai, se reencontram para uma viagem de trem pelos confins da Índia, durante a qual supostamente deveriam se reconciliar e, de quebra, empreender uma jornada espiritual. Participou do Festival de Veneza 2007.

Wes Anderson costuma dar uma pausa de três a quatro anos entre seus filmes. O último foi o ruinzinho A Vida Marinha com Steve Zissou (aquele em que o Seu Jorge cantava versões de músicas do David Bowie), em 2004. Antes dele, Anderson dirigiu, em 2001, o surpreendente Os Excêntricos Tenenbaums. Felizmente, seu novo trabalho está mais para Tenenbaum do que para Zissou.

O Expresso Darjeeling é um filme muito original e sarcástico. Logo na cena de abertura, vemos Bill Murray - ator de estimação de Anderson - correndo para pegar um trem. Enquanto estamos concentrados no seu drama, Murray é ultrapassado por Adrien Brody, que literalmente surge do nada e consegue pegar o trem. E fica por aí a participação de Bill Murray, como se ele não aparecesse mais no filme justamente por ter perdido o trem. E é esse tipo de humor bizarro e inteligente que pontua toda a louca jornada desses irmãos cheios de traumas e idiossincrasias, sempre explorando a máxima “olhando de perto, ninguém é normal”. Também há que destacar a perfeita sintonia do elenco com o espírito de anarquia do longa e a adequada trilha sonora. Enfim, o filme é diversão garantida. Ótima pedida.

O Expresso Darjeeling (The Darjeeling Limited), de Wes Anderson, EUA, 2007. 91’ (LP)

Mostra Panorama

Nota: 8,0

Ficha no Adoro Cinema

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