30 de set. de 2007

Amor Fantasma

Uma mulher é vista em algumas situações recorrentes: no seu trabalho num cassino, na cama fazendo sexo com um homem, discutindo ao telefone com a mãe, tentando se comunicar com a irmã em surto psicótico, olhando notícias sobre a guerra do Iraque na TV, etc.

A trama? Não há, meus caros. O filme inteiro se resume a várias repetições, quase idênticas, das cenas citadas acima. Como se não bastasse, também são mostradas algumas outras cenas bizarras, como a protagonista passando por uma cobra enorme no meio de um longo corredor, um polvo (sim, um polvo!) nadando, uma mulher levitando e explodindo no ar… E quando você acha que alguma coisa vai começar a fazer sentido, as mesmas cenas vistas anteriormente começam a passar de novo.

Uma verdadeira tortura. Foi a primeira grande debandada de uma sala de exibição que presenciei este ano. Com mais ou menos quinze minutos de filme, o primeiro espectador se revoltou e deu o pontapé inicial. Depois dele, as outras pessoas perderam a timidez e começou a revoada. Confesso que fiquei tentada a abandonar o barco também, mas resisti. Nem sempre trabalho é prazer… fazer o quê?

O público restante se alternava entre suspiros, bocejos e gargalhadas (não que algo ali fosse engraçado). Na terceira vez que a cobra serpenteando pelo corredor apareceu, uma espectadora não se conteve e disparou: “Ah, morde logo essa mulher pra ver se isso acaba mais rápido”. Ninguém a censurou.

Amor Fantasma (Phantom Love), de Nina Menkes, EUA, 2007. 87’ (LEP)

Mostra Midnight Movies

Nota: 0

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