Nem só de salas escuras se faz um Festival. Festival também é excitação, correria e, sobretudo, filas. Filas enormes. O que faz com que o “antes” e “depois” de cada sessão se transforme em terreno fértil para muitas histórias curiosas. No Festival de 2005, sabe-se lá porque, as filas se mostraram calientes. Naquele ano, estava sendo exibido o longa israelense Free Zone. O filme vinha precedido de comentários favoráveis sobre a atuação de sua protagonista, Natalie Portman. Por coincidência, à mesma época, a mídia comentava sobre o polêmico V de Vingança, também estrelado por Natalie e famoso por uma seqüência em que a bela atriz tinha os cabelos raspados. Eis que me encontro numa fila imediatamente atrás de dois adolescentes que folheiam freneticamente um programa. Um deles, indeciso, consulta o colega:
- Free zone… Que filme é esse?- Ah, é aquele com a Natalie Portman careca.- Hummm… (como se ver a atriz careca fosse extremamente excitante) Temos que ver! Marca aí!
E os adolescentes fissurados em garotas carecas não foram, nem de longe, os mais exaltados que encontrei naquele ano. Vamos ser sinceros: o cinema Palácio, na Cinelândia, tem um público surreal. Ninguém ali parece gostar de cinema. E, durante o Festival, esse público que parece ter errado de cinema (afinal, o Rex fica ali do lado) continua vendo qualquer coisa que passe ali.
Estava eu na fila para comprar ingressos para Entrando na Garganta Profunda - excelente documentário que analisa os efeitos do mais famoso filme pornográfico na conservadora sociedade americana da década de 70 – quando escuto o cara à minha frente perguntar à bilheteira:
- Esse filme é pornô?
Ao que a moça – pasmem! – responde:
- Mais ou menos.
Foi a senha que ele esperava para se empolgar:
- Então me vê um ingresso, pra agora!
Depois do singelo diálogo, só me restou tomar o cuidado de sentar bem longe de sujeito.
- Free zone… Que filme é esse?- Ah, é aquele com a Natalie Portman careca.- Hummm… (como se ver a atriz careca fosse extremamente excitante) Temos que ver! Marca aí!
E os adolescentes fissurados em garotas carecas não foram, nem de longe, os mais exaltados que encontrei naquele ano. Vamos ser sinceros: o cinema Palácio, na Cinelândia, tem um público surreal. Ninguém ali parece gostar de cinema. E, durante o Festival, esse público que parece ter errado de cinema (afinal, o Rex fica ali do lado) continua vendo qualquer coisa que passe ali.
Estava eu na fila para comprar ingressos para Entrando na Garganta Profunda - excelente documentário que analisa os efeitos do mais famoso filme pornográfico na conservadora sociedade americana da década de 70 – quando escuto o cara à minha frente perguntar à bilheteira:
- Esse filme é pornô?
Ao que a moça – pasmem! – responde:
- Mais ou menos.
Foi a senha que ele esperava para se empolgar:
- Então me vê um ingresso, pra agora!
Depois do singelo diálogo, só me restou tomar o cuidado de sentar bem longe de sujeito.
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