Em Mutum, região isolada do sertão de Minas Gerais, vivem Thiago e sua família. Introspectivo, observador, Thiago, aos dez anos, se sente diferente de todos. É através da sua perspectiva que o filme apresenta o mundo rude dos adultos. Participou da Quinzena dos Realizadores em Cannes 2007.
Première de Mutum, cinema Palácio 1 lotado. Atraso. Expectativa. Já nos primeiros minutos de filme, constata-se o frustrante problema: em inúmeras cenas, é impossível ouvir o que os atores dizem. Claro que, nesses casos, o problema poderia ser da sala de exibição. Mas não era, já que havíamos acabado de assistir a um curta nacional e tudo estava inteligível. A salvação da lavoura foi a legenda eletrônica… em inglês.
Mas, afinal, que som era aquele? Será que o fato do filme estar com legenda eletrônica significa que o som ainda não foi devidamente ajustado? Neste caso, e o pobre espectador que não entende patavinas de inglês? Não sou engenheira de som, fica difícil precisar exatamente o que ocorreu, mas foi muito esquisito porque em várias partes os sons da natureza eram mais altos do que a voz dos atores. Antes que se credite a reclamação a alguma deficiência auditiva da colunista aqui, vale ressaltar que presenciei um casal na fileira da frente em estado desespero por não conseguir ouvir com clareza e nem acompanhar as legendas.
Problemas sonoros à parte, Mutum é um filme realizado com capricho. O universo de Guimarães Rosa é mostrado com sensibilidade e poesia. OK. Mas, com todo respeito ao célebre autor, a trama do filme se parece com milhões de outras histórias já mostradas anteriormente. Pobreza, sertão, infância explorada e maltratada, etc. E, não bastasse o tema batido, Mutum também se abstém de apresentar qualquer outro tipo de inovação em termos de perspectiva. É um filme correto e cuidadoso, porém convencional ao extremo. Mantém o interesse graças ao carisma do elenco. O talentoso João Miguel, figura onipresente do atual cinema nacional, tem excelente química com os promissores Thiago da Silva Mariz e Wallison Felipe Leal Barroso.
Mutum (idem), de Sandra Kogut, Bra/Fra, 2006. 95’
Première Brasil
Nota: 5,0
Première de Mutum, cinema Palácio 1 lotado. Atraso. Expectativa. Já nos primeiros minutos de filme, constata-se o frustrante problema: em inúmeras cenas, é impossível ouvir o que os atores dizem. Claro que, nesses casos, o problema poderia ser da sala de exibição. Mas não era, já que havíamos acabado de assistir a um curta nacional e tudo estava inteligível. A salvação da lavoura foi a legenda eletrônica… em inglês.
Mas, afinal, que som era aquele? Será que o fato do filme estar com legenda eletrônica significa que o som ainda não foi devidamente ajustado? Neste caso, e o pobre espectador que não entende patavinas de inglês? Não sou engenheira de som, fica difícil precisar exatamente o que ocorreu, mas foi muito esquisito porque em várias partes os sons da natureza eram mais altos do que a voz dos atores. Antes que se credite a reclamação a alguma deficiência auditiva da colunista aqui, vale ressaltar que presenciei um casal na fileira da frente em estado desespero por não conseguir ouvir com clareza e nem acompanhar as legendas.
Problemas sonoros à parte, Mutum é um filme realizado com capricho. O universo de Guimarães Rosa é mostrado com sensibilidade e poesia. OK. Mas, com todo respeito ao célebre autor, a trama do filme se parece com milhões de outras histórias já mostradas anteriormente. Pobreza, sertão, infância explorada e maltratada, etc. E, não bastasse o tema batido, Mutum também se abstém de apresentar qualquer outro tipo de inovação em termos de perspectiva. É um filme correto e cuidadoso, porém convencional ao extremo. Mantém o interesse graças ao carisma do elenco. O talentoso João Miguel, figura onipresente do atual cinema nacional, tem excelente química com os promissores Thiago da Silva Mariz e Wallison Felipe Leal Barroso.
Mutum (idem), de Sandra Kogut, Bra/Fra, 2006. 95’
Première Brasil
Nota: 5,0
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