Uma representação livre do universo de Bob Dylan e suas diversas facetas. Jovem poeta, ícone folk, roqueiro rebelde, cristão convertido, caubói solitário e, sobretudo, porta-voz de toda uma geração. Suas revoluções musicais e estéticas eram um espelho das mudanças do mundo, em especial nos valores da sociedade americana. Exibido nos Festivais de Toronto e Veneza deste ano.
Neste filme, Dylan é interpretado por seis atores diferentes: Christian Bale, Cate Blanchett, Marcus Carl Franklin, Richard Gere, Heath Ledger e Ben Wishaw. Todos são ele. Nenhum é ele. Na verdade, são personalidades independentes que, reunidas, formam o caleidoscópio que é Bob Dylan.
I’m Not There não apenas acompanha as metamorfoses de Dylan como também as exemplifica na própria estrutura do longa. Para cada faceta do biografado, temos um estilo diferente. É como se fosse um filme com seis episódios, incluindo aí um autêntico western que faz uma correlação entre o Dylan mais maduro e o fora-da-lei Billy the Kid. E o mais impressionante é que há uma estranha harmonia no todo, a despeito das partes serem tão dissonantes entre si. A cena de abertura do filme mostra uma morte fictícia – ou melhor, metafórica – do ídolo. Talvez a chave para tão bizarro pressuposto esteja na própria canção que dá título ao longa, que diz em sua última estrofe: “I’m not there, I’m gone” - eu não estou lá, eu fui embora (ou estou acabado).
Sem dúvidas I’m Not There é um filme extremamente criativo e referencial. O único problema é que esse excesso de referências pode ser uma faca de dois gumes. Se, por um lado, levará os fãs de Bob Dylan ao êxtase, por outro é um pouco excludente com aqueles que não estão totalmente familiarizados com suas letras. Eu, particularmente, confesso que “boiei” em diversas passagens. O que não me impediu de apreciar outras qualidades evidentes, como a estética deslumbrante, a concepção imaginativa e a fabulosa interpretação do elenco. E, como não poderia deixar de ser, a deliciosa trilha sonora.
Para quem quiser se prevenir, uma boa opção é assistir antes a No Direction Home, documentário de Martin Scorsese sobre o homem.
I’m Not There (idem), de Todd Haynes, EUA, 2007. 135’ (LEP)
Mostra Panorama
Nota: 8,0
Ficha no Adoro Cinema
Neste filme, Dylan é interpretado por seis atores diferentes: Christian Bale, Cate Blanchett, Marcus Carl Franklin, Richard Gere, Heath Ledger e Ben Wishaw. Todos são ele. Nenhum é ele. Na verdade, são personalidades independentes que, reunidas, formam o caleidoscópio que é Bob Dylan.
I’m Not There não apenas acompanha as metamorfoses de Dylan como também as exemplifica na própria estrutura do longa. Para cada faceta do biografado, temos um estilo diferente. É como se fosse um filme com seis episódios, incluindo aí um autêntico western que faz uma correlação entre o Dylan mais maduro e o fora-da-lei Billy the Kid. E o mais impressionante é que há uma estranha harmonia no todo, a despeito das partes serem tão dissonantes entre si. A cena de abertura do filme mostra uma morte fictícia – ou melhor, metafórica – do ídolo. Talvez a chave para tão bizarro pressuposto esteja na própria canção que dá título ao longa, que diz em sua última estrofe: “I’m not there, I’m gone” - eu não estou lá, eu fui embora (ou estou acabado).
Sem dúvidas I’m Not There é um filme extremamente criativo e referencial. O único problema é que esse excesso de referências pode ser uma faca de dois gumes. Se, por um lado, levará os fãs de Bob Dylan ao êxtase, por outro é um pouco excludente com aqueles que não estão totalmente familiarizados com suas letras. Eu, particularmente, confesso que “boiei” em diversas passagens. O que não me impediu de apreciar outras qualidades evidentes, como a estética deslumbrante, a concepção imaginativa e a fabulosa interpretação do elenco. E, como não poderia deixar de ser, a deliciosa trilha sonora.
Para quem quiser se prevenir, uma boa opção é assistir antes a No Direction Home, documentário de Martin Scorsese sobre o homem.
I’m Not There (idem), de Todd Haynes, EUA, 2007. 135’ (LEP)
Mostra Panorama
Nota: 8,0
Ficha no Adoro Cinema
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