17 de set. de 2007

Sonhando Acordado

Stephane Miroux é um rapaz dominado por sérios bloqueios afetivos que, por se sentir totalmente inadequado no mundo real, mergulha cada vez mais fundo em seus elaborados sonhos, onde se transforma num carismático apresentador de TV. O relacionamento confuso com a mãe, a dificuldade em se adaptar a um emprego burocrático e sua falta de jeito com o sexo oposto fazem com que Stephane se refugie cada vez mais na sua imaginação, a ponto de não saber mais quando está acordado.

Este novo longa de Michel Gondry guarda inúmeras semelhanças com seu trabalho anterior, o lírico Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças. Mais uma vez, a mente e o mundo da imaginação como refúgio para uma realidade descolorida e sem poesia. Nota-se que Gondry, também autor do roteiro, recebeu forte influência do estilo lúdico de Charlie Kaufman (que escreveu Brilho Eterno). Sonhando Acordado é um filme encantador, mágico, doce e muito criativo. Stephane torce a realidade para que ela lhe proteja. Ele é, assim como Peter Pan, um menino que não quer crescer. E o mexicano Gael García Bernal prova, mais uma vez, que é muito mais do que o astro latino do momento. Sua interpretação delicada e intensa é um presente para o espectador. O primeiro grande filme deste Festival. Que venham outros.

Sonhando Acordado (The Science of Sleep), de Michel Gondry, EUA/Fra, 2006. 106’ (LEP)

Mostra Panorama

Nota: 9,0

Ficha no Adoro Cinema

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