16 de set. de 2007

Madrigal

Javier, ator e aspirante a escritor, inicia um romance com a complexa Luisa. A relação é marcada, desde o início, pelo fantasma da desconfiança, já que a jovem é cheia de traumas de abandono e traição. Os sentimentos de Javier por Luisa não são claros de início e quando ele se descobre apaixonado de fato pode ser tarde demais, por conta das mentiras contadas anteriormente. Sua chance de redenção está em recriar o acontecido no terreno da ficção.

Madrigal é um filme estranho, que se perde em sua própria pretensão de ser profundo. Em sua primeira parte, é um drama romântico bem razoável. Um tanto convencional, mas agradável de ser assistido principalmente pela simpatia da atriz que interpreta Luisa. Mas em sua meia hora final, o diretor opta por subverter toda a linguagem que vinha apresentando o filme inteiro e insere uma estranhíssima história de sci-fi na trama. Ou seja: o tal romance que vinha sendo escrito pelo personagem principal toma conta da tela, tendo como função “dar um sentido mais profundo” ao filme. E é justamente nessa segunda leitura que a coisa desanda, porque a história dentro da história é desinteressante e não acrescenta nada de inovador ao que já havia sido visto. Pelo contrário, apenas faz analogias frouxas que culminam numa cena final insatisfatória.

Madrigal (idem), de Fernando Pérez, Esp/Cuba, 2006. 110’ (LEP)

Première Latina

Nota: 4,0

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