Uma coletânea de depoimentos de personalidades e cientistas sobre a questão do aquecimento global, incluindo suas causas e possíveis soluções para a crise.
É preciso não confundir a importância do tema com o filme em si. A questão do aquecimento global é grave e merece o debate em todos os âmbitos possíveis. Entretanto isto não significa que qualquer filme que aborde o assunto seja automaticamente bom, simplesmente por tê-lo feito. Um filme pode até servir de alerta, mas isto não o exime da responsabilidade de ser bem feito. E este é o grande problema de A Última Hora.
O documentário segue a linha de Uma Verdade Incoveniente, aclamado mundialmente. Pode-se dizer que trata-se de uma espécie de sub-produto, já que repete muito do que já foi visto e, pior ainda, ressalta os defeitos do filme estrelado por Al Gore. Se em “Uma Verdade…” já pouco se falava sobre os efeitos do aquecimento em escala global - África e América do Sul são quase que excluídos -, aqui isto é ainda mais explícito: A Última Hora é sobre os Estados Unidos e ponto final. Em ambos os filmes existe um claro ataque ao governo americano, mas aqui ele aparece de forma estranha, puxando o tema de uma revista que é bancada e censurada. Apesar de até ter relação com o aquecimento global, já que a matéria mostrada citava justamente isto, trata-se de algo um tanto quanto fora de contexto em relação ao que A Última Hora se propõe a ser. O ataque soa gratuito, para ser mais claro.
Outro grave problema de A Última Hora é seu formato, que lembra bastante o usado pelo picareta The Secret - O Segredo. Uma série de personalidades, algumas bem famosas e outras nem tanto, falando alucinadamente sobre o tema, sem apresentar qualquer fundamentação. É tipo assim: se Stephen Hawkins, gênio consagrado, diz isso ele deve estar certo, não é preciso provar algo. Tudo bem, os efeitos do aquecimento global são visíveis a qualquer um de nós, mas o filme trata o tema sem jamais oferecer ao espectador algo além do que ele próprio já sabe. “Uma Verdade…” ao menos se preocupava com isto, com os gráficos apresentados e as comparações de fotos, enquanto que A Última Hora quer convencer mais pela fama de seus entrevistados do que pelo seu conteúdo.
É claro que, ao término da sessão, houve aplausos. E eles devem ser dados para o esforço na conscientização sobre o aquecimento global, mas não para o filme.
A Última Hora (The 11th Hour), de Nadia Conners e Leila Conners, EUA, 2007, 91′ (LP)
Mostra Expectativa
Nota: 3,0
Ficha no Adoro Cinema
É preciso não confundir a importância do tema com o filme em si. A questão do aquecimento global é grave e merece o debate em todos os âmbitos possíveis. Entretanto isto não significa que qualquer filme que aborde o assunto seja automaticamente bom, simplesmente por tê-lo feito. Um filme pode até servir de alerta, mas isto não o exime da responsabilidade de ser bem feito. E este é o grande problema de A Última Hora.
O documentário segue a linha de Uma Verdade Incoveniente, aclamado mundialmente. Pode-se dizer que trata-se de uma espécie de sub-produto, já que repete muito do que já foi visto e, pior ainda, ressalta os defeitos do filme estrelado por Al Gore. Se em “Uma Verdade…” já pouco se falava sobre os efeitos do aquecimento em escala global - África e América do Sul são quase que excluídos -, aqui isto é ainda mais explícito: A Última Hora é sobre os Estados Unidos e ponto final. Em ambos os filmes existe um claro ataque ao governo americano, mas aqui ele aparece de forma estranha, puxando o tema de uma revista que é bancada e censurada. Apesar de até ter relação com o aquecimento global, já que a matéria mostrada citava justamente isto, trata-se de algo um tanto quanto fora de contexto em relação ao que A Última Hora se propõe a ser. O ataque soa gratuito, para ser mais claro.
Outro grave problema de A Última Hora é seu formato, que lembra bastante o usado pelo picareta The Secret - O Segredo. Uma série de personalidades, algumas bem famosas e outras nem tanto, falando alucinadamente sobre o tema, sem apresentar qualquer fundamentação. É tipo assim: se Stephen Hawkins, gênio consagrado, diz isso ele deve estar certo, não é preciso provar algo. Tudo bem, os efeitos do aquecimento global são visíveis a qualquer um de nós, mas o filme trata o tema sem jamais oferecer ao espectador algo além do que ele próprio já sabe. “Uma Verdade…” ao menos se preocupava com isto, com os gráficos apresentados e as comparações de fotos, enquanto que A Última Hora quer convencer mais pela fama de seus entrevistados do que pelo seu conteúdo.
É claro que, ao término da sessão, houve aplausos. E eles devem ser dados para o esforço na conscientização sobre o aquecimento global, mas não para o filme.
A Última Hora (The 11th Hour), de Nadia Conners e Leila Conners, EUA, 2007, 91′ (LP)
Mostra Expectativa
Nota: 3,0
Ficha no Adoro Cinema
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