28 de set. de 2007

Portugal S.A.

Jacinto é um alto executivo que penou muito para conquistar seu atual lugar de destaque como o braço direito do poderoso Alexandre Boaventura, um dos maiores investidores de Portugal. Jacinto vive dividido entre a política e os negócios privados e também entre a lealdade ao patrão e sua ética pessoal. Seus dilemas aumentam ainda mais com a volta ao país da sedutora e inteligente Fátima, seu amor do passado.

Antes de mais nada, é preciso desconsiderar o nome de Ruy Guerra nos créditos. Esse não é, definitivamente, um filme de Ruy Guerra (ele mesmo declarou que dirigiu o longa por encomenda). Inventivo, ousado e nada convencional, o cineasta não merece ter seu nome e carreira vinculados a um filme como Portugal S.A.

A trama do filme é novelesca, maniqueísta e repleta de frases feitas. No começo até impressiona, ao mostrar - num estilo meio O Poderoso Chefão - altas jogadas financeiras e políticas sendo tecidas durante uma festa de casamento. Mas logo começa um interminável e aborrecido joguinho de gato-e-rato entre todos os personagens. Do tipo todo mundo é gente fina e ninguém presta. E tome discussões pseudo-sociológicas, vilanias, traições e sexo. Muito sexo. O bom é que quando os personagens estão em suas tomadas eróticas, não somos obrigados a escutar os diálogos sofríveis. É como ver uma novela, só que com toda a trama condensada em noventa minutos. Você quase espera que surja na tela a Maria de Fátima ou a Odete Roitman.

Detalhe: também em Portugal os malfeitores planejam fugir para o Brasil.

Portugal S.A. (idem), de Ruy Guerra, Portugal, 2004. 90’ (LEP)

Mostra Panorama

Nota: 3,0

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