15 de fev. de 2008

Trailer do novo Indiana Jones

É impossível não se arrepiar quando começa a tocar a clássica música-tema da série.

Leia mais: Confira o trailer de “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”


13 de fev. de 2008

A Mulher Invisível

Não é muito comum a realização de coletivas sobre o início das filmagens de um longa-metragem. Apesar de servir como apresentação do produto à mídia, a conversa gira sempre em torno da preparação, do que se propõe, do que se espera que seja o filme quando ele estiver pronto. Como não há ainda o filme em si, que se possa conferir e analisar, tudo fica muito no campo do abstrato e do planejamento.

Apesar desta dificuldade, foi apresentado hoje pela manhã em coletiva no cinema Odeon, no Rio de Janeiro, o projeto do longa-metragem “A Mulher Invisível”. Estiveram presentes o diretor Cláudio Torres (Redentor), os atores Selton Mello (Meu Nome Não é Johnny) e Luana Piovani (O Homem que Copiava), os produtores José Carlos de Oliveira (Warner Brasil), Carlos Eduardo Rodrigues (Globo Filmes), Eliana Soarez e Luiz Noronha (Conspiração Filmes).






É inegável que desde já trata-se de um filme que desperta uma certa expectativa, pela excelência de Redentor e pela competência de Selton Mello, merecidamente anunciado como o “homem do cinema, o que melhor representa o cinema brasileiro hoje”. As filmagens de “A Mulher Invisível” terão início já nesta segunda, contando também com as presenças de Vladimir Brichta (Fica Comigo Esta Noite), Maria Manoella (Crime Delicado), Fernanda Torres (Saneamento Básico, o Filme) e Paulo Betti (Ed Mort) no elenco. Para tanto foi construído um cenário de 120 m2 em estúdio, com o filme tendo ainda cenas externas na cidade do Rio de Janeiro e uma a ser rodada em Teresópolis, que servirá de cenário para Minas Gerais.

Com roteiro de autoria do próprio Cláudio Torres, a história trará dois amigos que têm posições antagônicas sobre o casamento: Pedro (Selton Mello) acredita em sua viabilidade, enquanto que Carlos (Vladimir Bricha) o considera impossível de dar certo. Após ser abandonado por sua mulher Pedro entra em depressão, criando em sua mente a mulher ideal (Luana Piovani). Completamente apaixonado por ela, mesmo sabendo que nada mais é do que sua imaginação, Pedro não percebe a paixão secreta que Vitória (Maria Manoella), sua vizinha, nutre por ele. E assim caminha esta comédia romântica, que segundo seu diretor não terá qualquer efeito especial, ao contrário de seu filme de estréia. “O efeito especial é o elenco”, sentenciou.



Em meio às conversas sobre a preparação dos atores surgiram algumas informações sobre outros projetos de cinema. Uma delas é que Feliz Natal, estréia de Selton Mello como diretor, está finalizado. Além disto Selton estará no próximo filme a ser dirigido por Júlio Bressane, cujas filmagens começarão tão logo as de “A Mulher Invisível” terminem. Já Luana Piovani rodou um filme no sul do país nos últimos meses de 2007, além de ter mais uma produção agendada para este ano. A conversa com os dois manteve um ritmo descontraído, especialmente quando foi perguntado a Selton qual seria sua mulher ideal e se Luana estaria no nível dela.

Orçado em R$ 6 milhões, “A Mulher Invisível” terá suas filmagens encerradas em março deste ano. A previsão é que seu lançamento nos cinemas de todo o país ocorra no 1º semestre de 2009, ainda sem data definida.





Frase do Dia

“Se você assistir aos meus filmes vai me conhecer bem. Mais do que se conversasse comigo.”


(Selton Mello, na coletiva de apresentação de “A Mulher Invisível”)

Retorno

Após uma longa viagem, estou de volta. De volta aos afazeres no Adoro Cinema, de volta também à participação no Blog. Confesso que já estava sentindo falta desta rotina.

Ao longo deste período recebi várias mensagens, as quais respondi na medida do possível, questionando sobre diversos problemas ocorridos com o Adoro Cinema. Alguns foram decorrentes deste meu período ausente, outros devido a problemas inesperados. O que desejo deixar claro a todos os nossos leitores é que estamos buscando resolvê-los o mais rapidamente possível. As pendências em relação a atualizações começaram a ser corrigidas nesta semana, em todas as seções do site. Os filmes já em cartaz e que ainda não possuem ficha própria em nosso acervo as terão ainda nesta semana, sem falta. De agora em diante o Adoro Cinema voltará ao seu funcionamento normal, trazendo informações frequentes sobre o que acontece na sétima arte, como tem sido sua marca ao longo destes quase 8 anos de existência.

Quero também ressaltar o belíssimo trabalho feito por Erika Liporaci nesta minha ausência, não apenas em suas colunas mas também segurando sozinha as atualizações do Blog, além de em várias situações representar o Adoro Cinema e auxiliar na manutenção do site. Uma participação inestimável, que precisa e merece ser reconhecida.

Mas chega de papo que há muito trabalho pela frente. É muito bom estar de volta.

Elizabeth - A Era de Ouro


Eu me lembro bem da primeira vez que vi Cate Blanchett na tela. Foi em 1998, ao assistir a Elizabeth. Na época, fiquei igualmente impressionada com o talento e o que me pareceu uma incrível feiúra da atriz. Mas bastou que Cate aparecesse belíssima nas premiações para mostrar que a feiúra não passava de um excelente trabalho de caracterização. Ficou apenas o assombro com seu talento dramático que, aliás, continua me encantando até hoje. Sobre o primeiro Elizabeth, era um bom filme, ainda que Cate e sua hipnótica presença sempre tenham sido maiores que ele. Nove anos e um Oscar depois (por O Aviador), a atriz volta a encarnar a mítica rainha inglesa em Elizabeth – A Era de Ouro.

Esta segunda parte da trilogia que o diretor Shekhar Kapur pretende realizar enfoca o período intermediário do longo reinado da chamada “Rainha Virgem”. O ano é 1585 e Elizabeth está há quase três décadas no trono quando atrai a ira e ganância do poderoso rei espanhol Felipe II. Católico fanático e devoto dos terrores da Inquisição, Felipe anseia por conquistar a Inglaterra, destronar a protestante Elizabeth e colocar em seu lugar a católica Mary Stuart, rainha da Escócia - além de prima e prisioneira de Elizabeth.

Enquanto se concentra no lado histórico e das intrigas palacianas, Elizabeth até consegue ser um filme interessante. Não apenas por mostrar os meandros do jogo político e da alta traição, mas também pelo modo como a rainha e seu conselheiro, Sir Francis Walsingham, realizam uma espécie de marketing político e torcem a seu favor o fato dela nunca ter se casado nem gerado um herdeiro, habilmente transformando a (suposta) castidade em santidade e dando-lhe uma aura divina.

O grande problema é quando, a certa altura, o filme centra seu poder de fogo no triângulo amoroso formado pelo aventureiro Sir Walter Raleigh, Elizabeth e sua dama de companhia preferida (aliás, o início do filme parece sugerir uma atração entre as duas que não se concretiza). Aí o filme vira novelão mesmo, com direito a ceninhas de ciúme e diálogos inacreditáveis. Nesta segunda metade, a fragilidade do roteiro ajuda a evidenciar ainda mais certos exageros que já estavam ocorrendo, como cenas alongadas muito além do necessário ou seqüências inteiras que nada acrescentam à trama e que parecem ter sido rodadas apenas para exibir a bela fotografia. Sem contar a irritante trilha sonora grandiloqüente, com direito até a violinos sublinhando a morte de um personagem.

Um bom exemplo dessa gratuidade visual está na cena em que Elizabeth aparece à frente de seu exército usando peruca de guerra. Eu explico: ao longo do filme vemos que ela tem cabelos quase tosados (e piolhos) e usa aquelas perucas elaboradas para aparecer na corte. OK. Normal. Mas, mesmo frisando bem este detalhe em inúmeras cenas, quando ela surge à frente do exército está usando armadura e longuíssimos cabelos ruivos ao vento. Por que alguém se vestiria para a guerra de armadura e peruca? Certamente a hair stylist argumentaria que a rainha queria se mostrar bela para os soldados, mas tal desvario só faz o espectador lembrar das rainhas de bateria.

Esse artificialismo pontua todo o filme, mas tudo fica mais incômodo à medida que a trama avança e vai deixando pontas soltas em vários aspectos importantes do lado histórico para se concentrar nos delírios estéticos. Vários assuntos explorados antes perdem importância subitamente, como a revolta interna dos católicos ingleses. Os revoltosos simplesmente desistiram diante da queda de Mary Stuart? Sem contar a batalha no mar, que parece se resolver sem muito esforço. O que não combina muito com uma cena anterior que mostra o poderio esmagador da armada espanhola. Mas, em vez de amarrar esses nós, o diretor prefere anestesiar o espectador com tomadas estonteantes, em que Elizabeth é vista por ângulos privilegiados e iluminada como se fosse o próprio astro-rei.

Claro que Cate Blanchett está, mais uma vez, muito bem no papel. Mas até mesmo esse ponto positivo parece levar esta seqüência a um patamar inferior ao do primeiro filme, já que é uma continuação do mesmo papel e, portanto, a ótima interpretação de Cate como Elizabeth não chega a ser uma novidade. O filme concorre a dois Oscars: melhor atriz e figurino (se levar o segundo, tá no lucro).

Elizabeth – A Era de Ouro é como um falso brilhante: belo e fascinante à primeira vista, mas não resiste a um exame mais cuidadoso.

Ficha de Elizabeth – A Era de Ouro no Adoro Cinema

10 de fev. de 2008

Sweeney Todd


As primeiras menções a um certo barbeiro que mataria seus clientes e os transformaria em recheio de tortas remontam ao final do século XIV, na forma de uma balada francesa que as mães usavam para amedrontar filhos desobedientes – uma versão medieval do bicho-papão. Só em 1846 Sweeney Todd aparece por escrito, como personagem de um folhetim chamado The String of Pearls, a Romance, de Thomas Peckett Prest. Logo, o sangrento personagem ganha os palcos (e posteriormente também as telas) em diversas obras pouco conhecidas. Em 1973, Stephen Sondheim assiste, em Londres, à versão teatral mais famosa até então e imagina transformá-la num musical, ambição que realiza seis anos depois. E foi preciso que mais trinta anos se passassem até que o barbeiro demoníaco de Fleet Street ganhasse definitivamente o mundo pelas ousadas mãos de Tim Burton.

Em sua versão para a telona - que é calcada no musical de Sondheim -, o assassino ganha ares de herói trágico. Assim como o Conde de Monte Cristo, Sweeney Todd era um homem pacato até ter sua vida feliz destruída por uma condenação injusta. O motivo? O desejo de um juiz corrupto e poderoso por sua bela esposa. A história começa quando Todd, já transformado pelo desejo de vingança, retorna a Londres e trava amizade com a decadente Sra. Lovett que, esperançosa em conquistá-lo, se torna sua cúmplice.

A trama de Sweeney Todd casa tão bem com o estilo de Tim Burton que chega a ser difícil conceber que não seja uma história original. Que o filme seria primoroso em termos visuais ninguém tinha dúvidas. Mas parecia estranho pensar na junção de tão tenebrosa trama com o gênero musical, geralmente associado à leveza e beleza. Afinal de contas, trata-se de um musical regado a litros e litros de sangue. Sweeney Todd é um filme sombrio, sinistro, mergulhado em sangue e humor negro, mas, ao mesmo tempo, com ares operísticos e um exagero estético que torna toda aquela carnificina meio falsa (no bom sentido). O resultado é uma jóia barroca que só poderia mesmo ser dirigida por Burton e protagonizada por Johnny Depp. Muito bem coadjuvado, é claro, pela ótima Helena Bonham Carter (não por acaso a senhora Burton). Ou seja: todo o projeto está entre amigos e não poderia estar em melhores mãos. E não nos esqueçamos de que o elenco ainda dá conta de cantar, e muito bem. Destaque também para as criativas letras, em especial a que fala sobre a qualidade (ou falta dela) das tortas da Sra. Lovett.

Sweeney Todd foi indicado a três Oscars: ator, figurino e direção de arte. Uma ótima oportunidade de fazer justiça ao incrível Johnny Depp, que, além de compor seu personagem com a genialidade habitual, ainda se revelou um intérprete interessantíssimo também na parte musical. Por outro lado, é uma grande injustiça o longa ter ficado de fora das categorias melhor filme e direção. Ainda mais num ano que não é dos mais concorridos. Mais um capítulo da longa história da má-vontade da Academia com Tim Burton.

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