2 de out. de 2007

O Escafandro e a Borboleta

Versão para o cinema da autobiografia de Jean-Dominique Bauby, editor da revista Elle que, aos 43 anos, sofre um acidente vascular e tem que reaprender a se comunicar usando apenas o movimento dos olhos. Bauby aprende a formar frases com uma técnica que consiste em ouvir alguém recitar as letras do alfabeto e piscar cada vez que ouve a letra correspondente. Assim começa sua resistência, culminando com a autoria do livro que inspirou o longa. Prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes 2007.

O filme tem alguns pontos positivos, sendo o mais louvável deles o fato de seus realizadores terem resistido à tentação de transformar o drama de Bauby num novelão mexicano. O filme, pelo contrário, é bastante contido e realista. Em contrapartida, a trama acompanha com tanto distanciamento o longo processo de reaprendizagem do protagonista que acaba pecando pelo excesso de, digamos, assepsia. Em diversas passagens, a história ganha um ar excessivamente documental. E a colunista aqui, particularmente, achou o filme bastante chato. Boa história, mas filmada de uma maneira monótona.

Uma curiosidade: antes de Mathieu Amalric ser contratado para interpretar Bauby, os produtores convidaram Johnny Depp, que não pôde aceitar por ainda estar comprometido com as filmagens de Piratas do Caribe 3. Pena. Com Depp, o filme poderia ter alcançado outro patamar.

O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon), de Julian Schnabel, França, 2007. 112’ (LEP)

Mostra Panorama

Nota: 4,5

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