Hairspray foi o filme mais visto no recém-finalizado Festival do Rio: atraiu nada menos que 2306 espectadores. Optei por não vê-lo por sua estréia estar bem próxima. Aliás, o filme deveria ter entrado antes em circuito e isso não havia acontecido justamente para inclui-lo no Festival. Confesso que, apesar de gostar muito de musicais, duas coisas me deixavam de pé atrás. Em primeiro lugar, essa mania de remakes (Hairspray, além de ser adaptação de um musical da Broadway, é refilmagem de um longa de John Waters de 1988); em segundo, a caracterização de John Travolta como Edna Turnblad me lembrou Eddie Murphy em O Professor Aloprado (outra refilmagem tosca) e eu temi que Hairspray, por conta disso, se convertesse em um filme mais sobre látex do que sobre laquê.
Para minha surpresa e divertimento, nenhum de meus temores se confirmou. Hairspray é uma explosão de alegria e bom humor como raramente se vê nos musicais modernos. Seguindo a cartilha de clássicos como Grease (com o qual tem várias semelhanças além da presença de Travolta) e com uma trilha sonora empolgante, o filme é um verdadeiro antídoto para mau humor. A caracterização de Travolta causa choque à primeira vista, mas o curioso é que ao longo do filme nos esquecemos completamente de que é um homem que está por trás daquelas camadas e mais camadas de látex. Especialmente na seqüência em que a doce Edna canta em dueto com o aparvalhado marido (interpretado com surpreendente meiguice por Christopher Walken).
Hairspray é ambientado na Baltimore de 1962 e tem como pano de fundo um país que engatinhava lentamente na integração racial. Ainda havia cordas separando negros de brancos em ocasiões festivas e o programa televisivo de dança tinha um “dia do negro” - fazendo disso uma espécie de escandalosa concessão. Mas o longa não é panfletário e toca nas questões sociais com leveza e bom humor. Um exemplo é quando a protagonista Tracy (também ela discriminada pelo excesso de peso) tenta socializar com a galera excluída do colégio e diz que adora “o dia do negro”, ao que o rapaz negro responde “lá em casa é todo dia”.
Outro ponto alto do filme é o fato de todos os atores cantarem com suas próprias vozes. De John Travolta e Queen Latifah isso até já era de se esperar, mas todo o elenco solta a voz pra valer. A estreante Nikki Blonsky, com seu carisma e afinação, é um verdadeiro achado. Ao vê-la cantando e dançando a bonitinha Good Morning Baltimore na seqüência de abertura, o espectador já pode sentir que vai assistir a um ótimo filme. Outra boa surpresa é o geralmente apático James Marsden (o Ciclope da trilogia X-Men) e sua convincente performance como o moderninho apresentador Corny Collins.
Parafraseando o que disse nosso colega Lucas sobre Pequena Miss Sunshine, Hairspray é terapia antidepressiva. Não tem como não se sentir feliz depois de assisti-lo.
Ficha no Adoro Cinema
Para minha surpresa e divertimento, nenhum de meus temores se confirmou. Hairspray é uma explosão de alegria e bom humor como raramente se vê nos musicais modernos. Seguindo a cartilha de clássicos como Grease (com o qual tem várias semelhanças além da presença de Travolta) e com uma trilha sonora empolgante, o filme é um verdadeiro antídoto para mau humor. A caracterização de Travolta causa choque à primeira vista, mas o curioso é que ao longo do filme nos esquecemos completamente de que é um homem que está por trás daquelas camadas e mais camadas de látex. Especialmente na seqüência em que a doce Edna canta em dueto com o aparvalhado marido (interpretado com surpreendente meiguice por Christopher Walken).
Hairspray é ambientado na Baltimore de 1962 e tem como pano de fundo um país que engatinhava lentamente na integração racial. Ainda havia cordas separando negros de brancos em ocasiões festivas e o programa televisivo de dança tinha um “dia do negro” - fazendo disso uma espécie de escandalosa concessão. Mas o longa não é panfletário e toca nas questões sociais com leveza e bom humor. Um exemplo é quando a protagonista Tracy (também ela discriminada pelo excesso de peso) tenta socializar com a galera excluída do colégio e diz que adora “o dia do negro”, ao que o rapaz negro responde “lá em casa é todo dia”.
Outro ponto alto do filme é o fato de todos os atores cantarem com suas próprias vozes. De John Travolta e Queen Latifah isso até já era de se esperar, mas todo o elenco solta a voz pra valer. A estreante Nikki Blonsky, com seu carisma e afinação, é um verdadeiro achado. Ao vê-la cantando e dançando a bonitinha Good Morning Baltimore na seqüência de abertura, o espectador já pode sentir que vai assistir a um ótimo filme. Outra boa surpresa é o geralmente apático James Marsden (o Ciclope da trilogia X-Men) e sua convincente performance como o moderninho apresentador Corny Collins.
Parafraseando o que disse nosso colega Lucas sobre Pequena Miss Sunshine, Hairspray é terapia antidepressiva. Não tem como não se sentir feliz depois de assisti-lo.
Ficha no Adoro Cinema
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