2 de nov. de 2007

Massimo Troisi


A história de Massimo Troisi é dramática. Um dia após concluir o filme que o tornaria mundialmente conhecido, O Carteiro e o Poeta, faleceu devido a um ataque cardíaco. Troisi já tinha problemas sérios de saúde, mas resolveu rodar o filme por considerá-lo mais importante. É um caso de artista que se sacrifica em prol da arte, algo também abordado em Piaf - Um Hino ao Amor.

Troisi teve uma carreira curta no cinema, com apenas outros 10 filmes. Nenhum de tanta importância ou repercussão quanto O Carteiro e o Poeta. Seja por reconhecimento ou homenagem, o filme lhe rendeu duas indicações ao Oscar e ao BAFTA, como roteirista e ator. Não foram injustas, especialmente as como roteirista. O Carteiro e o Poeta trata com delicadeza o relacionamento entre uma pessoa culta, de renome mundial, com alguém simples, com uma boa dose de ingenuidade. Não há preconceito ou tentativa de se impor, mas sim uma amizade onde há trocas de ambos os lados. O modo como a poesia e seus efeitos são abordados, como na frase postada logo abaixo, também merece destaque, dando um charme especial à história.

Troisi também não se sai mal como ator, estando convincente como Mario Ruoppolo. Entretanto a sensação que passa é a mesma que tenho com Roberto Benigni em A Vida é Bela, Sylvester Stallone em Rocky ou Woody Allen em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa: não se trata de uma grande atuação, mas sim de um ator interpretando um personagem que melhor explore suas próprias características. Mas para ter esta certeza é necessário ver outros filmes de Troisi, notar se suas interpretações seguem sempre a mesma linha ou diferenciam de acordo com o personagem. Como não pude ainda assisti-los, fico apenas com a impressão. O que, de forma alguma, desmerece o bom trabalho feito em seu filme derradeiro.

Ficha de O Carteiro e o Poeta no Adoro Cinema

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