O Festival do Rio trouxe Fay Grim, sequência tardia de As Confissões de Henry Fool. São 10 anos de distância entre eles. Porém, mais do que o tempo, a maior diferença entre os filmes é conceitual. São filmes inteiramente diferentes em sua proposta, apesar de contarem com os mesmos personagens.
Henry Fool é um drama que busca discutir a situação do livre pensador na sociedade atual e, de leve, critica a indústria do entretenimento - a literária, no caso, devido à publicação do livro de Simon Grim. Fool é um homem incomodado, questionador, que não se adapta perfeitamente ao mundo em que vive. Esta revolta pessoal faz com que mude de lugar rotineiramente, surgindo e desaparecendo de repente, como ocorre logo no início do filme. Por outro lado há Simon Grim, um jovem lixeiro que muitos consideram ter algum retardamento mental. O encontro com Fool faz com que Simon desabroche, ao mesmo tempo em que o próprio Fool passa a ter raízes. As mudanças de comportamento em ambos os personagens, ocorridas lentamente, são o motor da trama.
Já Fay Grim tem um tom forte de farsa, uma intenção de brincar com os personagens e a própria história. A reviravolta criada em torno de Henry Fool, agora transformado em agente secreto, é muito brusca e, para quem viu os filmes na ordem correta, surpreendente. Entretanto não é absurda. Há vazios na história de Fool que permitem esta interpretação do personagem, apesar de ser algo impensável ao assistir o original. O tom de brincadeira imposto por Hal Hartley, diretor e roteirista de ambos os filmes, continua no clima de suspense satírico criado em torno de Fay Grim, agora alçada a personagem central.
Ao assistir aos filmes, ambos bons, a pergunta que fica é o que fez Hal Hartley provocar uma mudança tão radical de um filme para o outro. O desfecho de As Confissões de Henry Fool permite, sem muita dificuldade, uma sequência. Não seria surpreendente sua existência, mas é que Fay Grim seja tão diferente no tratamento que dá à história e aos personagens.
Durante o Festival do Rio ouvi um comentário sobre Fay Grim que dizia que o filme era “uma traição de Hal Hartley”. Não é para tanto, mas também é uma sensação bastante compreensível ao ver ambos os filmes.
Ficha de As Confissões de Henry Fool no Adoro Cinema
Ficha de Fay Grim no Adoro Cinema
Henry Fool é um drama que busca discutir a situação do livre pensador na sociedade atual e, de leve, critica a indústria do entretenimento - a literária, no caso, devido à publicação do livro de Simon Grim. Fool é um homem incomodado, questionador, que não se adapta perfeitamente ao mundo em que vive. Esta revolta pessoal faz com que mude de lugar rotineiramente, surgindo e desaparecendo de repente, como ocorre logo no início do filme. Por outro lado há Simon Grim, um jovem lixeiro que muitos consideram ter algum retardamento mental. O encontro com Fool faz com que Simon desabroche, ao mesmo tempo em que o próprio Fool passa a ter raízes. As mudanças de comportamento em ambos os personagens, ocorridas lentamente, são o motor da trama.
Já Fay Grim tem um tom forte de farsa, uma intenção de brincar com os personagens e a própria história. A reviravolta criada em torno de Henry Fool, agora transformado em agente secreto, é muito brusca e, para quem viu os filmes na ordem correta, surpreendente. Entretanto não é absurda. Há vazios na história de Fool que permitem esta interpretação do personagem, apesar de ser algo impensável ao assistir o original. O tom de brincadeira imposto por Hal Hartley, diretor e roteirista de ambos os filmes, continua no clima de suspense satírico criado em torno de Fay Grim, agora alçada a personagem central.
Ao assistir aos filmes, ambos bons, a pergunta que fica é o que fez Hal Hartley provocar uma mudança tão radical de um filme para o outro. O desfecho de As Confissões de Henry Fool permite, sem muita dificuldade, uma sequência. Não seria surpreendente sua existência, mas é que Fay Grim seja tão diferente no tratamento que dá à história e aos personagens.
Durante o Festival do Rio ouvi um comentário sobre Fay Grim que dizia que o filme era “uma traição de Hal Hartley”. Não é para tanto, mas também é uma sensação bastante compreensível ao ver ambos os filmes.
Ficha de As Confissões de Henry Fool no Adoro Cinema
Ficha de Fay Grim no Adoro Cinema
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