Os Estados Unidos sempre venderam ao mundo sua imagem de “terra das oportunidades”, como se o país fosse uma mãe bonachona a acolher todos que lá quisessem fincar suas raízes. Se hoje em dia os imigrantes não são bem-vindos, seria uma conseqüência dos perigos do terrorismo. Acredite quem quiser. Um dos grandes méritos de Novo Mundo é esclarecer o quanto sempre foi enganosa essa imagem.
A história começa na Sicília do início do século XX. Salvatore Mancuso, cansado de tanta aridez, sonha com uma vida melhor no chamado Novo Mundo. Vende seus poucos bens e embarca numa insalubre terceira classe de navio com os dois filhos e a mãe rumo a Nova Iorque, porta de entrada dos imigrantes na época. Mas a difícil viagem é apenas a primeira de suas provações e logo Salvatore descobrirá a diferença entre a América real e aquela que ele idealizava.
Em seu quarto filme, o diretor e roteirista Emanuele Crialese faz uma feroz crítica ao modo como os iludidos imigrantes eram tratados ao chegar aos Estados Unidos. O país queria acolher europeus sim, mas preferencialmente aqueles que tivessem algo a acrescentar. Os homens mais inteligentes e/ou mais fortes, as mulheres mais bonitas, etc. O que nos faz pensar que realmente pouca coisa mudou em cem anos.
Também é bem realista o modo como o filme acompanha a travessia dos personagens. Os bons figurinos e a excelente direção de arte colocam o espectador dentro do navio, com a sensação de estar compartilhando das mesmas agruras. Uma pena que a situação se alongue além do necessário, tornando um pouco cansativo o miolo do filme. Talvez tenha sido intencional, para dar a medida exata de como aquelas pessoas se exauriam para chegar à América, mas, ainda assim, um pouco de dinamismo não faria mal algum ao longa. Outro aspecto desnecessário é a constante representação das fantasias que Salvatore tem a respeito do Novo Mundo. Mesmo porque todo o filme tem uma abordagem de cinemão clássico que não combina com aqueles toques surrealistas.
Novo Mundo foi o representante da Itália para o último Oscar, mas não obteve indicação. Não chega a ser uma obra-prima, mas é um bom filme.
Ficha de Novo Mundo no Adoro Cinema
A história começa na Sicília do início do século XX. Salvatore Mancuso, cansado de tanta aridez, sonha com uma vida melhor no chamado Novo Mundo. Vende seus poucos bens e embarca numa insalubre terceira classe de navio com os dois filhos e a mãe rumo a Nova Iorque, porta de entrada dos imigrantes na época. Mas a difícil viagem é apenas a primeira de suas provações e logo Salvatore descobrirá a diferença entre a América real e aquela que ele idealizava.
Em seu quarto filme, o diretor e roteirista Emanuele Crialese faz uma feroz crítica ao modo como os iludidos imigrantes eram tratados ao chegar aos Estados Unidos. O país queria acolher europeus sim, mas preferencialmente aqueles que tivessem algo a acrescentar. Os homens mais inteligentes e/ou mais fortes, as mulheres mais bonitas, etc. O que nos faz pensar que realmente pouca coisa mudou em cem anos.
Também é bem realista o modo como o filme acompanha a travessia dos personagens. Os bons figurinos e a excelente direção de arte colocam o espectador dentro do navio, com a sensação de estar compartilhando das mesmas agruras. Uma pena que a situação se alongue além do necessário, tornando um pouco cansativo o miolo do filme. Talvez tenha sido intencional, para dar a medida exata de como aquelas pessoas se exauriam para chegar à América, mas, ainda assim, um pouco de dinamismo não faria mal algum ao longa. Outro aspecto desnecessário é a constante representação das fantasias que Salvatore tem a respeito do Novo Mundo. Mesmo porque todo o filme tem uma abordagem de cinemão clássico que não combina com aqueles toques surrealistas.
Novo Mundo foi o representante da Itália para o último Oscar, mas não obteve indicação. Não chega a ser uma obra-prima, mas é um bom filme.
Ficha de Novo Mundo no Adoro Cinema
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