28 de jan. de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button


Quando se fala em filme de Oscar, sempre se espera algo mais. Quando é o mais indicado de qualquer ano, espera-se mais ainda. Por este lado pode-se dizer que O Curioso Caso de Benjamin Button é uma decepção. Apesar de sua exuberância técnica, em especial na maquiagem e direção de arte, trata-se de um filme frio, com poucos momentos de real impacto.

Em parte por decisão do diretor David Fincher e dos roteiristas Eric Roth e Robin Swicord, que alongaram o máximo que puderam a história do personagem-título. Há trechos de sua vida, e até mesmo personagens, que poderiam ser suprimidos sem prejuízo à história. Notar estes excessos faz com que o filme, pouco a pouco, canse. É claro que a parábola sobre velhice e infância é interessante, em especial o modo como estes dois temas se intercalam, com situações típicas de uma criança quando Benjamin fisicamente é um idoso, e vice-versa. Trata-se, no fundo, de uma grande fábula, narrada em tom de "era uma vez...". A narração em off, usada sob o pretexto da leitura do diário, transmite esta sensação, assim como a própria direção de Fincher. Seja através da metáfora, como na situação do relógio, ou no tratamento da imagem de certas sequências, como as várias citações aos raios, tudo dá propositalmente a entender que a história narrada é fictícia. O que permite até mesmo algumas "licenças poéticas", já que não há um grande compromisso com a lógica, mesmo dentro da situação apresentada.




Outra questão é a falta de emoção transmitida por Brad Pitt ao longo de todo o filme. Pitt, que não é mau ator, é em muito auxiliado pela maquiagem de seu personagem, especialmente quando está envelhecido. Pode-se notar a construção do momento de vida de Benjamin através de seu olhar, mas este é insuficiente para emocionar. Cate Blanchett, com bem menos tempo em cena, consegue transmitir com muito mais facilidade a vivacidade e paixão de sua personagem. O que levanta a pergunta: por que Brad Pitt foi indicado ao Oscar? O ator já teve atuações melhores, como em Babel, que foram despercebidas pelas premiações em geral. A resposta talvez esteja em dois pontos: o fator do astro e o fato de que um filme com tantas indicações como este precisava de ao menos um representante na categoria de atores. Independente do motivo, trata-se de uma representação sem grande destaque.

Como um todo trata-se de um filme apenas mediano, mas produzido com grande preciosismo. Para categorias técnicas pode até ser suficiente, mas é muito pouco para o que se espera de um candidato ao Oscar de melhor filme.

21 comentários:

Anônimo disse...

Não vi ainda, mas o texto é +- como espero o filme mesmo. Independente de premiações.

Anônimo disse...

Seja menos romatico. Se um filme desse não te faz ver que ainda há esperança para a setima arte, você deveria parar de fazer criticas e ficar em casa vendo TMC.

Anônimo disse...

Desculpe! Tenho que discordar com isso.
O filme "O Curioso Caso de Benjamin Button" é melhor filme que já vi em 2008! Mereceu as indicações de Oscar!

Unknown disse...

Não se pode negar que é um grande filme e que por vezes emociona ao espectador. Críticos de cinema tem uma senso de contraversão quando um filme com essas temáticas e com um astro de hollywood como protagonista, como se para se fazer uma bom filme é aquele chamado de "menor", sem efeitos especiais, sem astros e de preferencia que bebam na fontes dos filmes da época em que tais críticos ainda eram meros estudantes juvenis. Benjamin Button não é um filme pros anais da Sétima Arte, mas gera discussão,reflexão e entretenimento, que aliás é a principal meta dessa arte. Talvez a indicação de Brad Pitt tenha sido mesmo um exagero, mas como melhor filme e direção, não se fez mais do que justiça.

Unknown disse...

Tendo assistido o filme por mais mais de uma vez, inclusive, considero o filme uns dos melhores do 2008. Acho a atuação de Brad Pitt, não somente emocionante, como algo memorável, mas concordo quando você diz que ele já teve atuações melhores e reintero dizendo que não foram poucas. Em sumo, achei o filme muito bom, muito bem feito e merecedor da quantidade de indicações, quanto a ganhar, aí é outra história.

Anônimo disse...

Bem, eu concordo com o fato do Brad Pitt não ter uma atuação legal (velho até convence, talvez pelo auxílio da maquiagem, mas não percebo ele "envelhecer"), mas discordo em alguns pontos do seu texto. Eu gosto do tom de todas as narrativas menores, pois acho que elas enriquecem o filme (pessoalmente, me lembrei até de alguns entrecortamentos do gabriel garcia marquez, salva a comparação, claro) e não acredito que elas comprometem o ritmo. Não me cansei de forma alguma. Por sinal, eu achei esses lados secundários da estória o ponto mais bacana e acertado pelo David Fincher. Não gostei mesmo do início do filme (achei que o começo da narrativa do relógio, relatado pela Cate Blanchett, precisou de um gancho mais amarrado). Tecnicamente também não há como discutir. Concordo que ele recebeu indicações demais.

Cynthia Germanna disse...

É um filme que nos faz refletir sobre muitas coisas. Um dos grandes que eu assisti nos últimos meses, merece o que está concorrendo. Não sei se dar importância as minuncias faz tanta diferença pra mim, estou longe de ser perfeccionista. As quase três horas que se passaram dentro da sala de cinema, realmente valeram a pena, sem ser enfadonho e cansativo.

Anônimo disse...

Sem falar que o filme é muito parecido com FORREST GUMP e percebam que ambas as produções tiveram o mesmo roteirista,Eric Roth.

Unknown disse...

O filme é excelente,tudo de bom. Só não gostei da narração, sem emoção por parte da "filha". Po onde ela andava, quando a mãe foi cuidar do pai bebe??? Brad e Cate foram maravilhosos, a estória melhor ainda....

Unknown disse...

a grande façanha do filme é não ser ridiculo,quando esta contando uma história em que um passo em falso e tudo ia pro espaço.Pitt,tem uma atuação minimalista e madura(quem poderia ir no lugar dele no oscar?).a melhor performance do filme é da Tilda,que em pouquissimos minutos na tela,consegue emocionar muito.o filme é muito bonito,e levado com maestria.2h30 que você nem percebe.as indicações são merecidas,sim.agora,ganhar já é outra história.

Francisco Russo disse...

Bruno, considero que tanto o Leonardo DiCaprio em "Foi Apenas um Sonho" quanto Clint Eastwood, em "Gran Torino", têm atuações melhores do que a do Brad Pitt neste filme.

Unknown disse...

Dizer o que, gosto é gosto...

agora se a duração, excessiva do filme influi de certa forma na opinião de alguém, certamente não faz desse alguém um admirador de cinema, alguém que assisti a um filme por prazer, e sim apenas faz seu TRABALHO. E convenhamos, criticos nunca gostam de nada, nada estará bom o bastante para eles, o que realmente não importa, porque para o filme o que realmente conta é sim a opinião pública, que é pura e sem mesquinhes.

Anônimo disse...

Frio????? Por favor!! fazia tempo que não assistia a um filme tão bom, que me fizesse passar dias pensando nele..Ele é sensível, cheio de sutilezas, bonito e triste ao mesmo tempo. Saí com um nó na garganta da sessão...A história é mesmo perturbadora. Acho que o Brad Pitt não é um super ator, mas ele sofre muito preconceito porque é considerado galã. Quantos atores bem mais fracos que ele já não foram premiados? E outra, premiação do Oscar é uma palhaçada!

Francisco Russo disse...

Marcos, você caiu no velho clichê de que crítico jamais gosta de algo. O que é, além de uma mentira, um argumento simplista e cômodo demais. Se você acompanhar o histórico das minhas colunas, e até mesmo textos aqui no blog, verá que há vários casos de filmes que foram muito elogiados por mim.

Quanto à duração, não sou contra filmes longos. Já vi filmes de 4 ou 5 horas em que não senti o peso da duração, pela qualidade do que foi apresentado. Agora, qualquer filme extenso corre o risco de cansar o espectador quando se nota exageros. Foi o que aconteceu aqui. E perceber isto não é algo de quem trata cinema como trabalho, mas sim de apreciador mesmo. Afinal de contas, é justamente por isso que detalhes como este são percebidos.

Xandre Lima disse...

Gostei muito do filme, mas achei ele parecido demais com Forrest Gump. Fiz uma resenha no meu blog no dia em que vi o filme.

Anônimo disse...

Já ouvi comparações deste filme com "Forest Gump". Acho "Forest Gump" muito superior. Sua história é mais envolvente e emocionante. O que mais impressiona no "C.C. de Benjamin Button" é a maquiagem e os efeitos de computação gráfica utilizados para envelhecer/rejuvenescer os personagens.

Anônimo disse...

Adorei o filme e a atuação de Brad Pitt. Para mim ele representou bem o papel de uma pessoa introspectiva que sofre com uma estranha doença física e com um processo mental complicado. Acho sim, que merece as premiações.

Unknown disse...

Discordo plenamente da crítica. Ao meu ver, este filme é o melhor que já vi, do gênero fábula, e, tem sim todo o mérito para todas as indicações que recebeu, incluso a de Melhor Filme. Muito mais do que inúmeros outros que além de indicados, ganharam o Oscar e, eram uma porcaria, como Beleza Americana...(minha opinião) E, o fato do filme ser longo, não me incomodou, ele prendeu toda minha atenção, fazendo com que o tempo não fosse um peso. E, discordo também, do que Brad Pitt não mereceu a indicação à melhor ator. Ele fez excelentemente a representação de uma pessoa introspectiva que sofre com sua condição física singular, e também psicologicamente, pelos efeitos e consequências que tal "doença" tem nele. Além de ser um filme que instigou à reflexão, sobre não se domar o tempo, aceitar as adversidades, amor, família, dentre outras coisas. É o melhor filme que vi em 2008 e, não só merece todas as indicações, como torço para que seja vitorioso, na categoria Melhor Filme. Apesar de que, não acho que Oscar seja lá grandes coisas... Ele funciona mais como um Status de Glamour do que qualquer outra coisa!

Renata disse...

Descordo do Francisco. Realmente, como a grande maioria dos críticos de cinema, avaliam os filmes atraves de uma perspectiva totalmente diferente da grande parte dos telespectadores. Para críticos, só filmes subjetivos, viajantes, dramáticos, agradam. Na minha opnião, ir ao cinema ver um filme francês que retrata, sei lá, a primeira guerra mundial, de forma realista, dramática e monótona, pode me ascrescentar algo cultural, mas de forma alguma me entreterá, e me dará prazer de estar no cinema. Gosto muito de filmes que me fazem pensar e refletir, mas que ao mesmo tempo me emocionam e me divertem. Benjamin Button tem exatamente os dois fatores: o drama, e o humor, mesmo que o segundo, em proporções bem menores, sendo capaz de me tocar profundamente. Ao meu ver, o filme é totalmente digno de todas as indicaçoes. As técnicas, acho que ninguem discorda que o mesmo é mais do que merecedor de prêmios, mas quanto a indicação de melhor filme, que tem gerado mais polêmica, sou tambem completamente a favor. Acho que um filme digno de "Melhor filme", tem que reunir fatores técnicos perfeitos(maquiagem, efeitos especias e etc),história envolvente e algo a acrescentar, algo que lhe leve a refletir. Benjamin Button reuniu todos os fatores. Na minha opnião, foi um dos melhores filmes que já vi. Infinitamente melhor que Beleza Americana, que como foi citado aqui, até hoje nao entendi como ganhou o oscar de melhor filme. O mesmo, transmite uma perspectiva totalmente negativa da vida, enquanto Benjamin, transmite uma perspectiva positiva, e romantica.
Quanto a atuação de Brad Pitt, realmente pode nao ter sido a melhor, mas pelo fato do filme ter chamado muito a atenção, sua atuação teve olhares tambem mais atenciosos. Nao sei se ele merece ganhar, mas definitivamente mereceu a indicação. Nao deve ser nada simple sinterprtar um velho de 90 anos, que tem espirito de criança. Foi um desafio à sua carreira, que considero ter sido belamente superado por ele. Nao há duvidas que Brad sofre preconceito por ser galã. Fato que rola uma invejazinha por parte de todos, principalmente dos críticos, do tipo, " ahh ele já é bonito, nao pode ser bom em tudo, não pode ser bom ator". É, mas voces devem admitir, retirando o tom mais serio do comentario, e agora,sendo mais eu, que Brad se não é perfeito, está muito perto disso. Ô mulher sortuda a Agelina, cara!!

Renata disse...

Só pra corrigir o erro absurdo no comentário acima: "Discordo".

Laura_Diz disse...

Rapaz, assinaria embaixo do que vc disse e ainda diria que é um filme muitooooooooooooooo chato com verniz de fábula bonitinha.
É verdade a história é interessante, mas é do SF.-grande escritor.
Vi até o final só para saber como terminava- este recurso de narração em off é batido, não gostei da maquiagem do rosto dele- além de inespressivo parecia carregado de pó, sei lá.
Não me emocionou nada, e olhe que sou das que se arrepiam, choram até com propaganda de TV.
Eu nem vou perder tempo escrevendo sobre ele no meu blog, vou colocar link para cá.
Tb não entendi porque foi indicado p o Oscar... Ela está melhor, mas mesmo assim...
O pior é que tem gente que amou o filme e vai cair sobre mim.
Abs fraternos, meu mano :)

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