O cinema hollywoodiano vive em busca de filmes de sucesso de outros países, de forma que possam readaptar para sua cultura. Se for de terror então, é quase certo que haverá refilmagem. É o caso deste Quarentena, lançado apenas um ano depois do espanhol [REC].
A proposta do original foi mantida: explorar um clima de documentário, estilo A Bruxa de Blair. Só que aqui falta autenticidade, algo essencial para a história. Um dos aspectos mais interessantes de [REC] é o modo como as pessoas lidavam com o desconhecido, o que o tornava até mesmo um estudo sobre o medo. Para atingir este objetivo os diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza chegaram a rodar cenas em que nem mesmo os atores sabiam o que aconteceriam, justamente para captar esta espontaneidade. Isto foi perdido em Quarentena, seja pelo elenco escolhido ou pelo próprio fato da história não ser mais original.
Há também mudanças significativas no modo como a estória é contada. O lado crítico ao jornalismo, existente de forma explícita em [REC], foi muito amenizado. Apesar da câmera continuar filmando tudo, não há mais tanta insistência no lado voyeur da situação, até mesmo de explorar comercialmente o ocorrido. A protagonista - Manuela Velasco no original, Jennifer Carpenter aqui - passou por mudanças conceituais. O lado tedioso da cobertura no corpo de bombeiros é meio escondido, sendo substituído por uma série de piadas sexuais entre a jornalista e os bombeiros. A personagem aqui não demonstra tanto a ambição em crescer na carreira, algo essencial também para a crítica ao jornalismo, e tem uma postura mais ativa no sentido de ajudar aos outros dentro do edifício. Ou seja, tornou-se menos egoísta. Só que era justamente esta característica que a tornava interessante diante da história, pois estava ali primeiro a jornalista e depois a pessoa. Esta crítica quase que desaparece em Quarentena.
Há também um maior enfoque em cenas de choque, como a morte do rato e o close na perna quebrada. Todas desnecessárias para criar um clima de suspense, mas que atendem a uma certa necessidade do cinema hollywoodiano de terror em impressionar de forma explícita. [REC], sem mostrar algo neste sentido, consegue criar um clima muito mais claustrofóbico e envolvente. E também não denuncia, ao menos não de forma tão previsível, qual é o rumo que a história toma.
No embate entre os dois, o original vence com sobras. Quarentena nada mais é do que uma mera tentativa em obter dinheiro fácil, enquanto que em [REC] ao menos pode-se notar uma proposta no que é apresentado ao espectador.
A proposta do original foi mantida: explorar um clima de documentário, estilo A Bruxa de Blair. Só que aqui falta autenticidade, algo essencial para a história. Um dos aspectos mais interessantes de [REC] é o modo como as pessoas lidavam com o desconhecido, o que o tornava até mesmo um estudo sobre o medo. Para atingir este objetivo os diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza chegaram a rodar cenas em que nem mesmo os atores sabiam o que aconteceriam, justamente para captar esta espontaneidade. Isto foi perdido em Quarentena, seja pelo elenco escolhido ou pelo próprio fato da história não ser mais original.
Há também mudanças significativas no modo como a estória é contada. O lado crítico ao jornalismo, existente de forma explícita em [REC], foi muito amenizado. Apesar da câmera continuar filmando tudo, não há mais tanta insistência no lado voyeur da situação, até mesmo de explorar comercialmente o ocorrido. A protagonista - Manuela Velasco no original, Jennifer Carpenter aqui - passou por mudanças conceituais. O lado tedioso da cobertura no corpo de bombeiros é meio escondido, sendo substituído por uma série de piadas sexuais entre a jornalista e os bombeiros. A personagem aqui não demonstra tanto a ambição em crescer na carreira, algo essencial também para a crítica ao jornalismo, e tem uma postura mais ativa no sentido de ajudar aos outros dentro do edifício. Ou seja, tornou-se menos egoísta. Só que era justamente esta característica que a tornava interessante diante da história, pois estava ali primeiro a jornalista e depois a pessoa. Esta crítica quase que desaparece em Quarentena.
Há também um maior enfoque em cenas de choque, como a morte do rato e o close na perna quebrada. Todas desnecessárias para criar um clima de suspense, mas que atendem a uma certa necessidade do cinema hollywoodiano de terror em impressionar de forma explícita. [REC], sem mostrar algo neste sentido, consegue criar um clima muito mais claustrofóbico e envolvente. E também não denuncia, ao menos não de forma tão previsível, qual é o rumo que a história toma.
No embate entre os dois, o original vence com sobras. Quarentena nada mais é do que uma mera tentativa em obter dinheiro fácil, enquanto que em [REC] ao menos pode-se notar uma proposta no que é apresentado ao espectador.
2 comentários:
Esses problemas já estavam previstos desde quando os estadunidenses compraram os direitos do roteiro.
O pouco tempo entre o original e a cópia pioraram ainda mais as expectativas.
Daqueles programas totalmente dispensáveis!!!
Copiar já se tornou o estilo de se fazer filme de terror em Hollywood, parece que quem não copia não mora na califórnia, ou se mora, sem dúvida está vinculado a alguma produtora independente ou que faz apenas filmes B. O in´vrível é que mesmo as produtoras B que faziam filmes de terror originais, que, com o passar do tempo, tornaram-se grandes em Hollywood, passaram a fazer cópias também. Sempre busco assistir os originais, como foi o caso de O Chamado e O Grito, que me fizeram gostar tanto do original quanto do Hollywoodianizado.
Postar um comentário