Ao assistir Speed Racer é preciso ter em mente as características do desenho que inspirou o filme, ou ao menos conhecer um pouco da animação japonesa como um todo. O que não é tão difícil nos dias atuais, visto a inundação de desenhos nipônicos que atinge a TV brasileira, aberta ou fechada. Este detalhe é crucial para compreender qual é a proposta do filme.
Não faz sentido fazer uma adaptação de uma série de sucesso sem ao menos tentar ser fiel a ela. Quanto a isso os Wachowski se esforçaram bastante. Extremamente colorido, Speed Racer possui um clima de cartoon em toda sua ambientação. Os personagens são caricatos e há uma busca em repetir situações do desenho, como brincadeiras com o estilo mangá e a passagem de personagens por toda a tela, em 1º plano. Os fãs da série com certeza notarão diversos detalhes, desde a presença da dupla Gorducho e Zequinha até os exóticos vilões de cada corrida.
Só que os Wachowski cometeram um grave erro, o mesmo que afetou as duas sequências de Matrix: o excesso. Há no decorrer de todo o filme um grande exagero no uso da animação. Ok, é compreensível que para certas cenas, envolvendo os saltos mirabolantes do Mach 5 e o percurso das corridas em si, seja quase que obrigatório o uso de efeitos especiais. Mas há também várias outras que poderiam ser feitas sem efeitos e que assim o são, desnecessariamente. Uma opção ao estilo Dick Tracy, onde o visual cartoon é mantido mas com uma maior atenção à direção de arte, seria mais interessante. Certos momentos do filme até apontam neste sentido, mas infelizmente são minoria.
Outro excesso cometido pelos Wachowski é em relação ao roteiro, bastante simplista e que prolonga a história sem haver motivo para tanto. A velha idéia da luta contra o sistema aqui se repete, desta vez no universo automobilístico. O problema não é nem a repetição do tema, mas como ele se desenvolve. Os personagens, com exceção de Gorducho, parecem bonecos. São bem caracterizados, fiéis à série animada, mas limitados. Não há qualquer desenvolvimento deles, o que gera o sub-aproveitamento dos atores escalados. Tanto faz serem Christina Ricci, Susan Sarandon, John Goodman, Matthew Fox ou Emile Hirsch os atores em cena. Eles foram contratados apenas para emprestarem seus nomes à produção, quaisquer outros atores bem caracterizados teriam o mesmo desempenho. A exceção fica com Paulie Litt e seu Gorducho, que rouba a cena em diversos momentos. Aliás, o personagem lembra bastante a trupe infantil de Os Goonies. Se um dia algum produtor ousar fazer uma refilmagem, Litt precisa ser contactado.
Entretanto Speed Racer tem seus méritos. Especialmente pelo seu lado visual, que é o enfoque principal dos diretores, a presença sempre espirituosa de Gorducho, a boa utilização da trilha sonora tradicional da série e algumas situações de corrida. Os 135 minutos de sua duração cansam um pouco, a pirotecnica dos Wachowski por vezes incomoda, mas o clima de cartoon ajuda a amenizar estes problemas. Até diverte, mas deixa a sensação de que poderia ser bem melhor.
Confira a ficha de Speed Racer no Adoro Cinema
Não faz sentido fazer uma adaptação de uma série de sucesso sem ao menos tentar ser fiel a ela. Quanto a isso os Wachowski se esforçaram bastante. Extremamente colorido, Speed Racer possui um clima de cartoon em toda sua ambientação. Os personagens são caricatos e há uma busca em repetir situações do desenho, como brincadeiras com o estilo mangá e a passagem de personagens por toda a tela, em 1º plano. Os fãs da série com certeza notarão diversos detalhes, desde a presença da dupla Gorducho e Zequinha até os exóticos vilões de cada corrida.
Só que os Wachowski cometeram um grave erro, o mesmo que afetou as duas sequências de Matrix: o excesso. Há no decorrer de todo o filme um grande exagero no uso da animação. Ok, é compreensível que para certas cenas, envolvendo os saltos mirabolantes do Mach 5 e o percurso das corridas em si, seja quase que obrigatório o uso de efeitos especiais. Mas há também várias outras que poderiam ser feitas sem efeitos e que assim o são, desnecessariamente. Uma opção ao estilo Dick Tracy, onde o visual cartoon é mantido mas com uma maior atenção à direção de arte, seria mais interessante. Certos momentos do filme até apontam neste sentido, mas infelizmente são minoria.
Outro excesso cometido pelos Wachowski é em relação ao roteiro, bastante simplista e que prolonga a história sem haver motivo para tanto. A velha idéia da luta contra o sistema aqui se repete, desta vez no universo automobilístico. O problema não é nem a repetição do tema, mas como ele se desenvolve. Os personagens, com exceção de Gorducho, parecem bonecos. São bem caracterizados, fiéis à série animada, mas limitados. Não há qualquer desenvolvimento deles, o que gera o sub-aproveitamento dos atores escalados. Tanto faz serem Christina Ricci, Susan Sarandon, John Goodman, Matthew Fox ou Emile Hirsch os atores em cena. Eles foram contratados apenas para emprestarem seus nomes à produção, quaisquer outros atores bem caracterizados teriam o mesmo desempenho. A exceção fica com Paulie Litt e seu Gorducho, que rouba a cena em diversos momentos. Aliás, o personagem lembra bastante a trupe infantil de Os Goonies. Se um dia algum produtor ousar fazer uma refilmagem, Litt precisa ser contactado.
Entretanto Speed Racer tem seus méritos. Especialmente pelo seu lado visual, que é o enfoque principal dos diretores, a presença sempre espirituosa de Gorducho, a boa utilização da trilha sonora tradicional da série e algumas situações de corrida. Os 135 minutos de sua duração cansam um pouco, a pirotecnica dos Wachowski por vezes incomoda, mas o clima de cartoon ajuda a amenizar estes problemas. Até diverte, mas deixa a sensação de que poderia ser bem melhor.
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