2 de out. de 2007

O Banheiro do Papa

O ano é 1988 e a pequena cidade de Melo, na fronteira do Uruguai com o Brasil, vive a euforia de estar prestes receber a visita do Papa João Paulo II. São esperados milhares de devotos, o que significa uma rara oportunidade de bons negócios. Enquanto os demais moradores pensam em vender sanduíches, bebidas e artigos religiosos, Beto tem uma idéia mais original: construir um banheiro na frente de sua casa para que os peregrinos possam, por alguns trocados, se aliviar. Exibido na mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes 2007.

O filme parte de um argumento criativo e até tem algumas boas sacadas. Faltou apenas acreditar na própria proposta, já que o humor e as boas idéias vão decaindo ao longo da projeção. Isso faz com que a segunda metade do longa seja inferior à primeira. Indeciso entre fazer um painel social dos pequenos contrabandistas de fronteira ou explorar a graça da bizarra noção de Beto para os negócios, O Banheiro do Papa não se define por uma coisa nem outra. Acaba ficando como seu protagonista: na fronteira. Também incomoda uma seqüência perto do desfecho que parece inserida no filme tão-somente para ressaltar a competência do diretor de fotografia: todas as imagens têm uma estética de exposição fotográfica que não combina com o restante do longa.

O Banheiro do Papa (El Baño del Papa), de Enrique Fernandez e Cesar Charlone, Uru/Bra, 2007. 97’ (LEP)

Première Latina

Nota: 5,5

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